Sabes,
já perdi a conta aos dias que me sentei aqui,
junto ao mar, na esperança de encontrar
a forma correta para que outra vida tome o lugar
disto a que chamámos de amor.
Mas, não sou tão boa nisto, como podes perceber.
Os versos e consequentes poemas são
mais que muitos e este, pode
ser só mais um que vou
enviar-te com a partida da próxima onda que
sai desta praia, já a seguir.
Sei que não lerás nada do que te escrevo,
mas, o vento sabe de todas as promessas
que te não fiz, e dos segredos que te não guardei e, isso é tudo…
É por isso que mais poema, menos poema,
que diferença faz?
Morrem todos no fundo do mar, sem norte, como
nós, que em terra,
ainda esperamos encontrar a praia prometida,
sabendo de antemão, que o tempo escasseia, como o amor e,
como a areia que se vai com o vento, apagando
assim as marcas do que sentimos, noutros dias de um outro então.
Já só cabe numa concha tudo aquilo
que partilhámos. E eu não
a levo comigo quando virar costas ao passado.
Vou deixá-la junto ao rebentar das ondas,
onde a espuma me condensa as lembranças, para as apagar logo depois, numa
tentativa de adeus, tão semelhante
ao adeus que nos dissemos, tão logo o sol se pôs.
Espera-me mais uma noite azul, escura,
como o escuro das sombras deste lugar.
Hei de procurar outra praia, mesmo que não
me seja prometida e, escrever outros
poemas que servirão p’ra contar outras coisas que
espero ter tempo de ver acontecer.
Hei de ter tantas mais noites como estas,
em que a solidão me faz companhia sem que me
exija algo em troca e as estrelas,
marquem presença pra me lembrar que:
outros tempos não são agora e,
este é só mais um poema de areia, para
um amor que o mar levou.
*
Muito bom, agora quem será essa paixão envolta em toda a tua poesia!
ResponderEliminarEstá na hora de escrever mais, inativa desde 28 de agosto é mujito tempo!
Rui
Muito lindo. Escreves com o coração ❤
ResponderEliminar