terça-feira, 1 de novembro de 2022

Poção



Juntei os silêncios num caldeirão com pós de perlimpimpim,

misturados com mais uns sonhos e desejos,

uns olhos de quem tudo vê e um coração de quem tudo sente,

umas mãos de percistência e a luz da sabedoria.


 De varinha em punho

fiz brilhar estrelas na noite mais escura,

fiz surgir fadas e gnomos mágicos com flautas coloridas e poderes incríveis.

Dancei as mesmas danças que só dançam os que sonham;

disse a mesma presse que só dizem os que creem;

e atrevi-me a viver como só vivem os que imaginam.


Adicionei os versos soltos escritos pelo tempo,

Dei às palavras outras cores, dei outros ritmos aos tambores e gargalhei até que tudo pudesse acontecer,

chorei até que tudo deixasse de doer…

e desenhei amor onde nada mais havia para além do vazio.


Juntei ainda à poção uma pitada de loucura e mistério,

umas lascas de esperanças e a essência dos sorrisos,

 uns pingos de chuva e um toque de luar.


Afinal a bruxa era eu e enquanto vivi, em poemas, por um dia, não houve feitiço que não fizesse.


E assim sei que na poesia, por magia

  aconteci!



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