segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pequeno Anjo

Pequeno anjo

 

O sonho vai, e a alma fica,

 O corpo sente, mas nem se agita.

O olhar sem rumo, perde a esperança…

 É o olhar de quem sofre - é mais uma criança.

 

Nasceu e cresceu,

sem nada ter pedido…

ainda não morreu, mas sabe-se esquecido - abandonado à sorte,

com a alma tão magoada e ferida…

um sonhador de palmo e meio, sem rumo na vida.

 

É apenas um menino;

largado, sem ninguém - não tem pai nem mãe,

nem quem lhe queira bem.

Não conhece mais que a sua má e pouca sorte;

e de peito fechado e entristecido, espera que lhe chegue a morte...

 

Na sua cabeça - antes de adormecer, pergunta-se:

- porque tive de nascer?

E amanhã se eu acordar, tenho mais um dia p’ra viver; mas de que vale: ninguém me quer.

 

Pequeno anjo que vive com medo do futuro;

sabe que quando crescer, tudo pode ser mais duro.

Abraça-se à noite com frio, e

sente medo ao adormecer,

sonha com tudo aquilo que durante o dia não pode viver.

 

Tão pequeno e tão reguila,

corre atrás da esperança, mas

sempre que ela lhe faz a finta - cai mais uma lágrima dos olhos desta criança.

 

Passa pela rua,

assim como a vida passa por ele;

adormece a contar estrelas,

e sabe bem qual é a sua -

enquanto a lua

toma conta dele.

 

Oh, tão pequeno anjo que és, e tantos sonhos que nas mãozinhas carregas.

Ninguém entende o que sentes

ninguém sabe a dor que em ti levas.

 

Voa sim, sempre assim, pequeno anjo;

e pousa o olhar no teu coração.

Por mais que ninguém olhe por ti...

Não desistas,

nunca te digas que não.

 

Voa sim, sempre com coragem, pequeno anjo,

vai onde o sonho te levar.

Abre as asas e não desistas,

porque até na noite mais escura, a lua vem para te guardar.

 

*

 

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