Antes de ires, leva-me tudo:
a dor,
a perda,
a esperança,
o medo e
os planos que fiz para nós, e a lista de sonhos
que deixei escrita numa folha escondida
entre as páginas do livro que nunca lemos juntos.
e em qualquer momento, se ainda puderes,
mata-me a solidão que me mata,
me sufoca, me desgraça…
e então vai, sem medo do resto, que ainda sobra por entre
os estilhaços do amor que fomos - se é que fomos, já não sei…
Já não sei a canção sem versos que te canto assim, esta noite, mas que não
ouves - é só a ultima palavra que o meu peito
sussurra num
adeus com partida certa, e numa
ausência presente naquele que era o teu lugar;
agora manchado pelas minhas lágrimas salgadas,
que vou usar para limpar o teu cheiro e
as memórias que me deixaste, mas que já
não quero, e por isso devolvi-tas para levares
contigo pelo mesmo caminho que traçaste, sem nós e
os poemas que te escrevi.
*
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