quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Entrei Num Barco Chamado Vida



Entrei num barco chamado vida
e agora não sei o que será de mim.
Empurraram-me e fizeram-me refém de desejos, sonhos,
Momentos que só o tempo pode ou sabe compreender.
Não adivinho o futuro, que o futuro só pertence a quem o traça,
E eu ao invés de escrever sobre o que virá,
Só sei agarrar-me às palavras que os poetas inventaram,
Não sei se para mim, se para o amor…

A vela acesa que me ilumina chama-se sol,
que me aquece o sangue o corpo, a alma.
E eu, que bebo o néctar da esperança,
espero sem medo, que os segundos não tardam, e a paixão
também não.

Às vezes acho que posso voar como um pássaro e,
esquecer que tudo o que me prende tem nome e sentido.
E vou sem sentido, sem rumo, como quem procura perder-se,
para depois se encontrar no mesmo lugar onde os sonhos são
estrelas – aquelas estrelas que conto,
meio perdida, meio achada até adormecer, todas as noites.

Atiro-me aos sonhos como quem se atira à vida à procura do destino.
Mas não acho os sonhos sem os sonhar, nem encontro o destino
sem viver cada desejo forte e único como este amor – o mesmo amor que,
mais uma vez me faz escrever…

                    *                   

Ilustração: © by   Patrícia Magalhães
Entrei Num Barco Chamado Vida

1 comentário:

  1. Oi Joana,
    Por que aqui tão solitária?
    Excelente poetisa e já tem um livro.
    Eu sou apenas uma aprendiz e cá estou aprendendo e me encantando com sua poesia
    Beijos
    Lua Singular

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Ao meu lado existe o vosso lado, e aqui é o vosso espaço. Desejo imenso ler-vos !