Temo, um dia,
que o coração deixe de ser criança,
e que os sonhos se acabem, e a esperança se finde,
e os motivos para sorrir deixem de acontecer.
Temo, um dia,
que o coração se torne adulto, e
tudo o que eu adoro, deixe de adorar, e
tudo o que eu sinto, deixe de sentir, e
tudo o que me faz feliz, me faça chorar, e
tudo o que me faz querer ficar, se torne em motivo p'ra partir.
Temo, um dia, que o coração se apequene…
deixe espaço no peito,
guarde demasiados restos do que podia ter sido, e
não acredite mais no que pode vir a ser.
Temo, um dia, que eu,
tão crescida, deixe de ser criança.
É que ser criança é ser a simplicidade de viver.
E ser adulto é muitas vezes a desculpa
para já não sonhar.
*
“Lá, dos tempos em que só escrevia para mim, e para mais ninguém…”
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