quarta-feira, 6 de novembro de 2013

No Teu Poema, Há um Sopro de Vida


No teu poema há de tudo - um silêncio gritante
ao por do sol de cada dia;
há um sorriso franco, onde guardas mágoas tão tuas como sempre;
há um chegar cansado a qualquer lugar que nem tu defines;
há um amar calado e inquieto que te incomoda, mas
nem tu sabes porquê…

No teu poema há um barco de sonhos
perdido em mar alto;
há a canção que cantas de olhos fechados e o
peito escuta, de braços abertos;
há um olhar – o teu – sobre a terra molhada que te viu cresceres e
seres quem tudo sente num sopro de vida, num resto
que te resta, de pás.

Há ainda, no teu poema, um rio que
solitário segue rumo a um futuro, que moldas no presente,
sem marcações na agenda de quando vai acabar,
porque o céu não te é o limite e
ainda há um lado teu, com outros poemas por inventar.

No teu poema há tão pouco – não há âncoras
que te façam ficar sem ser por ficar;
não há palavras diretas, nem promessas de infinito;
não há mais que momentos, porque momentos
são tudo o que te resta… e bastaram-te as agruras da vida,
até hoje…

No teu poema… Ah! quem dera soubesse eu tudo o que nele existe; pudesse assim
eu desvendar-te, pudesses assim, tu,
entender-me.


                    *                  

1 comentário:

  1. No teu poema há uma acalento tão gostoso que nos embala como ondas do mar... lindo lindo lindo Joana ! Parabéns e um grande beijo no seu coração !

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Ao meu lado existe o vosso lado, e aqui é o vosso espaço. Desejo imenso ler-vos !