Pintei-te o mar profundo nos olhos e
a saudade na pele.
Não me foi fácil amar-te, mas quando te amei, apercebi-me
que os papéis inverteram-se, inesperadamente, como me o havias dito que seria, com o tempo.
Guardei-te os beijos no peito, e a
timidez por entre os dedos.
Não foi fácil ter-te,
mas quando te tive, entreguei-me, inteira,
do jeito que tu sabias que eu o faria;
só eu não sabia que seria assim a minha entrega.
Depois, desenhei-te a liberdade na alma e
cantei-te a canção mais bonita que me lembrei…
Tu sabes que somos tão livres
como pássaros sem destino, mas
no momento de voltar para casa sabemos que
o lugar de ambos é sempre aqui;
onde deixamos marcadas as nossas juras que não são de amor,
nem de nada que eu ou tu saibamos contar;
mas valem de promessas cumpridas que sentimos,
quando os nossos braços se cruzam
e os nossos sussurros, que eram palavras, são agora os beijos que
a saudade nos faz sentir urgentes na pele de cada um de nós.
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